Causa comum de dor lombar
A Doença Degenerativa do Disco é o enfraquecimento e a deterioração de um ou mais discos vertebrais, uma estrutura que fica entre os ossos da coluna vertebral para fornecer amortecimento e permitir movimento entre os níveis da coluna.
Essa condição pode se desenvolver como uma parte natural do processo de envelhecimento, mas também pode ser resultado de lesões. Embora o termo “doença” esteja no nome, esse processo é um desgaste local da coluna e não faz parte de uma doença sistêmica.
A Doença Degenerativa do Disco ocorre com mais frequência na região lombar, mas também pode afetar o pescoço e a parte dorsal (média) das costas.
Como a Doença Degenerativa do Disco Progride?
Núcleo pulposo (o amortecimento interno)
A doença degenerativa do disco geralmente começa com a redução na parte interna do disco, conhecida como núcleo pulposo. O núcleo pulposo é uma substância semelhante a gel que é flexível e absorve choques. O disco é frequentemente comparado a uma rosquinha de geleia, sendo a geleia o material do núcleo.
A degeneração do disco é o processo de ter menos desse material nuclear (menos geleia) e uma alteração do material para ser mais rígido e menos flexível (a geleia perde o conteúdo de água e fica mais firme).
Com a degeneração discal, a altura do disco é reduzida, assim como o movimento e o amortecimento entre os níveis da coluna vertebral. Com menos absorção de choque entre os níveis da coluna, mais forças são transmitidas ao osso, causando inchaço e inflamação.
O anel (parede do disco)
A parte externa do disco é chamada de ânulo fibroso, que é uma banda densa de material fibroso que contém o gel interno. Pequenas rupturas, chamadas lágrimas anulares, podem aparecer na parede do disco como resultado de estresse repetitivo ou de uma lesão repentina. As lágrimas podem resultar no vazamento de material em gel do disco.
Como existem nervos na parte externa da parede do disco, as fissuras anulares também podem causar dor. As lesões podem cicatrizar, criando tecido cicatricial que não é tão forte quanto a parede original do disco.
Se a coluna for repetidamente lesionada, o processo de ruptura e cicatrização pode continuar, enfraquecendo a parede do disco, e resultando em lesões como hérnias discais.
Degeneração do nível da coluna – efeitos secundários da Doença Degenerativa do Disco
Incapaz de agir como um amortecedor, o disco não consegue mais desempenhar suas funções de absorver choques e permitir movimento entre os segmentos da coluna. As vértebras acima e abaixo deste disco danificado deslizam mais próximas uma da outra. Isso faz com que o espaço para os nervos saírem da coluna, conhecido como forame, se estreite e pressione os nervos da coluna.
As facetas articulares – áreas onde os ossos vertebrais se unem, também podem se desalinhadas, resultando em rigidez e dor.
Com o tempo, o posicionamento comprimido das vértebras pode criar esporões ósseos em resposta aos estresses que ocorrem com menos amortecimento de gel do disco. Os esporões também podem reduzir o movimento segmental do disco e das articulações em um determinado nível da coluna.
O nível da coluna vertebral rígida transmitirá mais forças para um nível adjacente.
Sintomas da Doença Degenerativa do Disco
Os dois principais sintomas da Doença Degenerativa do Disco são dor e rigidez nos níveis da coluna vertebral afetados.
A rigidez costuma ser pior após longos períodos de sentado ou de pé, e a dor pode variar de leve a intensa. Flexionar, torcer e sentar pode piorar a dor. Deitar ou descansar geralmente alivia a pressão na coluna.
Conheça os sintomas mais comuns desta condição
- Dor intensificada ao sentar-se: Em uma posição sentada, os discos da região lombar suportam uma carga três vezes maior do que quando estamos de pé. Portanto, esse desconforto tende a se agravar quando estamos sentados.
- Dor que se agrava ao se curvar, levantar ou torcer: Movimentos que exigem esforço físico como curvar-se, levantar objetos ou torcer o corpo podem intensificar a dor devido à pressão exercida sobre os discos vertebrais.
- Alívio da dor ao caminhar ou correr: Em contraste, caminhar ou mesmo correr muitas vezes alivia a dor, assim como mudar de posição frequentemente ou deitar-se.
- Episódios de dor intensa que vêm e vão: Episódios de dor intensa que vão de alguns dias a alguns meses antes de melhorar. Essa dor pode variar de um incômodo persistente até uma dor incapacitante, que pode afetar a região lombar, nádegas e coxas, ou o pescoço, dependendo de onde o disco afetado está, irradiando para os braços e mãos.
- Queimação e formigamento nas extremidades: Um sintoma comum da doença degenerativa do disco é a sensação de formigamento ou dormência nas extremidades, como braços e pernas.
- Fraqueza nos músculos das pernas ou queda do pé: Esse pode ser um sinal de dano à raiz do nervo, e vem acompanhada de parestesia, fraqueza e formigamento local.
Esses sintomas precisam ser avaliados por um médico para um diagnóstico correto e tratamento adequado.
Diagnóstico
A Doença Degenerativa do Disco pode ser visualizada em imagens da coluna vertebral, seja por raio-X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Para diagnosticar especificamente o nível do disco que está causando a dor, uma discografia é recomendada.
Raramente e dependendo de outros sintomas, pode ser recomendado que o paciente seja avaliado para infecção ou doença autoimune que pode estar contribuindo para a degeneração do disco. 80% dos adultos terão dor nas costas em algum momento de suas vidas.
Tratamentos Não Cirúrgicos para a Doença Degenerativa do Disco
- Fisioterapia e os exercícios domiciliares que alongam e fortalecem a área da coluna afetada podem aumentar a flexibilidade e o equilíbrio muscular ao redor da área da degeneração discal.
- O uso de órteses (coletes) na área afetada da coluna, especialmente a lombar, pode ajudar a reduzir o estresse na área que acompanha certas atividades, como longos períodos de caminhada ou de pé.
- Medicamentos prescritos, como anti-inflamatórios orais, bloqueadores de nervos e relaxantes musculares podem ajudar a reduzir a gravidade da dor. Existem também adesivos e cremes que podem ser aplicados diretamente na pele na área da dor.
- Injeções na articulação facetária podem reduzir o inchaço e aliviar a pressão nas articulações que estão causando dor no nível da degeneração discal. Se forem bem-sucedidas na redução da dor, às vezes a radiofrequência nos nervos que vão para as articulações facetárias pode ser mais duradoura.
- A inflamação dos nervos pode ser tratada no nível da degeneração discal com injeções de corticóides epidurais. Um indício de que a dor pode estar vindo do nervo é se houver uma sensação de formigamento ou queimação que se afasta da coluna.
- Uma vez identificado o nível específico que causa dor por discografia, as técnicas de regeneração do disco podem ser direcionadas a esse nível. Isso pode incluir anuloplastia ou tratamento regenerativo, como proloterapia, PRP e células-tronco.
- A estimulação da medula espinhal é um excelente tratamento de longo prazo para a dor crônica na coluna que evita o tratamento cirúrgico como a fusão da coluna.
Repouso e modificação da atividade
- Evite exercícios e atividades extenuantes ou de alto impacto que envolvam flexões e levantamentos repetitivos.
- Dê tempo ao seu corpo para reduzir o inchaço no disco e nos ossos da coluna que estão causando a dor.
- Apenas não exagere no descanso – muita inatividade deixará você rígido e dolorido.
Terapias alternativas
Alguns pacientes encontram alívio com tratamentos a laser, acupuntura, remédios à base de ervas, massagem e/ou manipulação quiroprática.
Resumo
- A doença degenerativa do disco não é realmente uma doença, mas sim uma condição na qual um disco danificado causa dor. Essa dor pode variar de incômoda a incapacitante.
- A condição pode ser causada pelo ressecamento do disco ao longo do tempo, atividades diárias, esportes e lesões.
- As opções de tratamento incluem a substituição do disco, outras intervenções cirúrgicas e opções não cirúrgicas, como acupuntura, apoio nas costas e controle da dor.
CRM-SP 47825 / RQE 12910, 19925 | Médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Acupuntura. Médico Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Monitor do curso do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de medicina Chinesa.